"Diga não ao Trabalho Infantil! - O CAEFA defende essa causa".
O QUE É TRABALHO INFANTIL?
É todo o trabalho realizado por crianças e adolescentes abaixo dos 16 anos, salvo na condição de Aprendiz, a partir dos 14 anos. Ocupações noturnas, perigosas, insalubres ou caracterizadas legalmente como piores formas de trabalho infantil são vetadas até os 18 anos de idade.
POR QUE É PROIBIDO?
No caso do trabalho infantil, a rotina de serviço pode se assemelhar muito com a dos adultos, tanto em carga horária, quanto em esforço ou condições de trabalho.
Isso faz com que a criança ou o adolescente fique, na maioria das vezes, privado de uma infância normal e atividades comuns à sua idade, fundamentais para sua formação e desenvolvimento, principalmente aquelas que envolvem sua educação — essencial ao preparo profissional para o futuro.
A criança ou o adolescente que trabalha precocemente pode estar exposto a perigos, acidentes de trabalho, lesões físicas, doenças ou distúrbios, seja por esforço excessivo ou até mesmo por exercer funções inadequadas para seu porte ou sua condição física e psicológica, na maioria das vezes ainda em formação.
CONHEÇA HISTÓRIAS REAIS
O TRABALHO INFANTIL DEIXA CONSEQUÊNCIAS PARA A VIDA TODA
Quem passa por Fortaleza (CE) nem imagina que na cidade há uma organização que ajuda milhares de crianças e adolescentes…
UM RECOMEÇO LONGE DO TRABALHO INFANTIL
Evaniely aprendeu, desde cedo, que muitas vezes é necessário passar por obstáculos e dificuldades sem estar preparada. Ela tinha apenas três meses, quando seu pai voltava…
RAYULA: UMA MENINA QUE BATALHOU PARA MUDAR DE VIDA
Rayula nunca vai se esquecer de quando era criança. Desde os seus nove anos, seus pais precisavam passar a semana ou até meses fora de casa para trabalhar…
O TRABALHO PRECOCE PODE ACARRETAR EM DIVERSAS CONSEQUÊNCIAS PARA O INDIVÍDUO, DESDE FÍSICAS ATÉ PSICOLÓGICAS QUE PODEM SE PERPETUAR POR TODA A VIDA, IMPOSSIBILITANDO QUE A CRIANÇA OU O ADOLESCENTE TENHA OPORTUNIDADES DE CONSTRUIR UMA VIDA ADULTA SAUDÁVEL. CONHEÇA ALGUMAS DELAS:
FÍSICAS
A criança que trabalha pode apresentar cansaço excessivo, distúrbios de sono, irritabilidade, alergias e até problemas respiratórios. Em casos com um alto esforço físico, as consequências podem ser prejudiciais ao crescimento e até ocasionar lesões na coluna ou deformidades.
Também são comuns casos de amputações, fraturas, ferimentos com objetos cortantes e até queimaduras.
Desde 2010, o Ministério da Saúde registrou mais de 20 mil acidentes de trabalho contra crianças e adolescentes, sendo 176 fatais.
PSICOLÓGICAS E SOCIAIS
Estas consequências por sua vez podem se manifestar na capacidade de aprendizagem e até na forma da criança se relacionar, visto que, em muitos casos, ela possui responsabilidades e conversas muito avançadas para a idade.
Ao ser exposta ao trabalho infantil, a criança também fica vulnerável a diversas outras violações como abusos físicos, sexuais e verbais, fatores que levam a sérias doenças físicas e psicológicas como a depressão e baixa autoestima.
ECONÔMICA
As crianças e os adolescentes que trabalham, na maioria das vezes, apresentam baixo desempenho escolar, acarretando, inclusive, no abandono da escola.
Isso não só desestimula a criança e o adolescente como pode até comprometer o seu ingresso no mercado de trabalho, uma vez que ele não terá o rendimento necessário. Este fator contribui para um ciclo vicioso de desigualdade e pobreza no País.
CONHEÇA ALGUMAS DAS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL
Estão dentro das piores formas de trabalho infantil aquelas realizadas em locais confinados ou perigosos; a operação de máquinas ou manipulação de cargas pesadas; de materiais tóxicos ou contaminantes; em atividades que explorem a sexualidade da criança e do adolescente ou exponham este público ao risco de abuso sexual ou físico; em atividades ilícitas ou envolvendo tráfico de drogas; o trabalho doméstico; urbano ou em cadeias produtivas como tecelagens, construções, carvoarias, plantações, frigoríficos ou lixões; dentre outros.
Confira a lista completa aqui.Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal; Pesca; Indústria extrativa; Indústria de transformação; Produção e distribuição de eletricidade, gás e água; Construção Civil; Comércio; Transporte e armazenagem; Saúde e serviços sociais; Serviços domésticos.
A REALIDADE DO TRABALHO INFANTIL
6,4% das crianças brasileiras, entre 5 e 17 anos de idade, trabalham. São mais de 2,5 milhões de meninos e meninas com ocupações em atividades agrícolas e não agrícolas, incluindo aqueles que trabalham em atividades produtivas para o próprio consumo.
Independentemente de sua motivação, quando falamos sobre trabalho infantil é importante sabermos que grande parte ocorre de maneira extremamente prejudicial para as crianças e adolescentes, que podem ser obrigados a trabalhar com pouco ou nenhum retorno financeiro, sob condições degradantes, perigosas ou insalubres e expostos a diversos tipos de violência, como a física, psicológica e até sexual.
É por isso que, em vista de proteger este público, a prática é proibida por lei e se aplica a todas as crianças e adolescentes menores de 16 anos. Após os 14 anos de idade, é permitido aos adolescentes se tornarem Jovens Aprendizes, de forma legalizada, progressiva e que alterne o trabalho profissional aos estudos — que não podem ser interrompidos.
COMO DENUNCIAR?
Todos somos responsáveis por mudar esse cenário. Não compre produtos e nem aceite serviços vendidos por crianças. Não contribua com essa prática.
Se presenciar ou souber de algum caso de trabalho infantil denuncie ao Ministério Público do Trabalho, pelo site https://mpt.mp.br/, Disque 100 ou pelo aplicativo Proteja Brasil, disponível para Android e iOS.
DIREITO À INFÂNCIA
Toda criança e adolescente têm direito à vida, proteção, saúde, educação e à dignidade. Elas também têm o direito de brincar, se movimentar, praticar esportes e atividades físicas e se divertirem; bem como participarem de sua vida familiar e de sua comunidade, sem que sua integridade seja prejudicada em qualquer sentido.
O direito à liberdade e proteção contra todas as formas de violência também deve ser preservado, garantindo as condições para a construção de um futuro saudável e feliz para todas as crianças e adolescentes. Além disso, deve ser dada à criança a oportunidade de se desenvolver e participar de atividades lúdicas ou adaptadas à sua faixa etária, que a permitam vivenciar o universo infantil em sua plenitude.
Todas estas disposições constam no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reconhece este público como naturalmente mais exposto a vulnerabilidades e ameaças, portanto, pessoas que precisam ser especialmente protegidas e resguardadas por toda a sociedade.
A infância, em especial os primeiros anos de vida, é uma das etapas mais importantes para o desenvolvimento do ser humano. É nesta fase que, em condições normais, ele adquire conhecimentos e estrutura para lidar com os desafios da vida adulta. No entanto, o que temos visto no Brasil e no mundo aponta para uma infância em situação de extrema fragilidade e repleta de carências que vão desde a miséria, doenças e fome, até o ciclo da perpetuação da pobreza, devido, em boa parte, à falta de preparo e ensino que capacite crianças e jovens para aproveitarem melhores oportunidades de vida.
Mitos e Verdades